quarta-feira, 26 de maio de 2010

As Mulheres de 30

O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz: 'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos intrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter tido tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.
Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: ' Madame Bovary c'est moi'. E a Marilyn Monroe, que fez tudo aquilo entre 30 e 40?
Mas voltemos a nossa mulher de 30, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de 30 bebe. A mulher de 30 é morena. Quando resolve tingir os cabelos de amarelo-hebe passa, automaticamente, a ter 40. E o que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!!
A mulher de 30 está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos 40 elas arrumam o segundo e definitivo. A grande maioria tem dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.
Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma(gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.
O problema com esta faixa de idade é achar que não esteja terminando uma tese ou TCC. E eu pergunto: exite algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de 30 guiando jipe? Covardia.
A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parece pele de pêssego, como diria Machado se referindo a Helena que, infelizmente, nunca chegou aos 30?
Mas o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.


São fortes as mulheres de 30. E não tem pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.

Chegam lá atrás, no Balzac: 'A mulher de 30 anos satisfaz tudo'.

Ponto. Pra elas.

Crônica por: Mário Prata

Pois é...as pessoas me perguntam: 'Como vc tá se sentindo com 30 anos?'
E eu respondo: Nossa! Nunca me senti tão mulher!!! =D

quinta-feira, 13 de maio de 2010

MULHERES DE ÁGUA, HOMENS DE PEDRA


Já se foi o tempo das "Mulheres de Atenas" embora alguns dinossauros sociais machistas ainda insistam em considerar o sexo feminino com mero coadjuvante do sexo masculino. Como todo preconceito, esse tipo de postura esconde fobias e inseguranças de várias espécies ou, simplesmente, uma incomensurável e patológica estupidez. Enquanto os homens superaram leis rígidas e antiquadas, como as que estendiam punições por gerações de descendentes, a mulher permaneceu, por milênios, culpada por uma falta atribuida a que seria a primeira Eva!

Mas, mesmo quando o rigor dos costumes antigos limitava ainda mais sua liberdade, a história registrou, com destaque, personagens como: Esther, Catarina de Médicis, Joana D'Arc, Elizabeth I, Vitória, Anita Garibaldi e muitas outras. Recentemente, também mereceram e merecem destaque: Indira Ghandi, Rosa Luxemburgo, Marie Curie, Madre Tereza de Calcutá, etc. É certo também temos os exemplos de Lucrécia Bórgia e Margareth Tatcher, mas são raros os registros de guerras declaradas por mulheres, embora o excesso de músculos, a libido descontrolada e a falta de comunicação entre neurônios de muitos homens (de que adianta tantos a mais, se mal utilizados) as tenham colocado como pivôs de muitas.

Donas de uma infinita tolerância e capacidade de seduzir e superar conflitos, algumas mulheres só erram quando tenta imitar o pior dos homens, por acreditarem que essa é a única forma de serem respeitadas por eles. Talvez por isso, muitos se assustem e façam o caminho inverso...

Ocorre que, apesar so espaço conquistado com muito esforço e competência, ainda são elas e as crianças as maiores vítimas dos vários tipos de violência. Infelizmente, a maioria dos homens ainda não aprendeu a dar-lhes valor, nem por carregarem a humanidade no ventre, cuidando-a com a própria vida; nem por serem protagonistas sociais igualitárias por sí só.

Ainda existem mulheres sendo educadas e tratadas como seres inferiores, e punidas segundo tradições que só servem para subjugá-las aos homens. Estes lhes negam cidadania e autonomia, como se existissem apenas para gerar seus filhos - de preferência, homens - ; alimentá-los com seu peito, suor e sangue; saciar-lhes com seu corpo; tolerar suas infidelidades e prantear-lhes a morte, secando por eles. Civilizações primitivas ainda as mutilam sexualmente, apedrejam, ocultam e inibem seu potencial criativo, inteligência e autodeterminação, dando a seus pais e maridos poder de vida e morte, esquecendo que sequer existiriam sem elas. para eles, não são os homens que não sabem se controlar: são as mulheres que os fazem 'se perder'! E ainda se consideram guardiões da fé e exemplos de civilização, mesmo quando assumem a condição de 'macho', portando-se como predadores no cio; desprezando tudo que delas receberam de graça, amor, dedicação, altruísmo e coragem. Coragem, inclusive, para assumir a família quando eles morrem em guerras estúpidas, se prostam diante de um fracasso ou, simplesmente, abandonam suas responsabilidades. E ainda há as que suportam tudo isso e encontram força para defender suas iguais na 'cova dos leões', enfrentando o muro de pedra do conservadorismo radical com a água da justiça, do idealismo, do respeito à vida, da razão com sensibilidade.
Sua luta demonstra que o homem pode se orgulhar do seu poder, de sua rigidez de pedra! Mas a mulher, como a água, tende ao equilíbrio.
Há um ditado que afirma que: 'Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher'.
No entanto, toda grande mulher está quase sempre sozinha!

Mas, 'água mole, em pedra dura...'.





Autor: Adilson Luiz